quinta-feira, 12 de junho de 2008

Dia dos namorados

Sentir-se amado
Martha Medeiros

O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?
Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".
Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."
Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.
Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

Espero que hoje, mais do que saber-se amado, você tenha sentido-se amado.
Feliz dia dos namorados.


quinta-feira, 22 de maio de 2008

A vida parece ser tão simples... Não pensei que um dia pudesse ter saudades de lá, mas eis que hoje eu tenho. Só queria deixar registrado... Saudades...

domingo, 27 de abril de 2008

O próximo
















O medo de se aproximar da dor alheia é confundido com comodismo, mas toda forma de comodismo preserva algum tipo de medo, e medo é algo inerente a todos nós.

O próximo,então, é quem está perto ou quem escolhemos guardar no coração?

Ele é trazido até nós por acaso ou o buscamos convenientemente?

A compaixão é seletiva e a culpa não é nossa.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Crítica cinematográfica: Sangue Negro


Ganância e loucura se confundem em um homem que perde sensatez e dignidade ao se entregar à competição excessiva em busca de petróleo nos Estados Unidos do início do século XX. É a personificação da brutalidade e da arrogância das grandes corporações norte-americanas.

Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis, Oscar 2007 de melhor ator) se torna em menos de trinta anos um dos maiores prospectores do país. Ao lado de seu filho ele estabelece uma “empresa familiar” milionária. Para isso, engana agricultores pobres, oferecendo-lhes quantias miseráveis por suas propriedades promissoramente ricas.

Ao longo de seu sucesso profissional ele ameaça algumas pessoas e assassina outras em nome do sucesso e movido pelo receio doentio de se ver obrigado a dividir sua riqueza. Como o título original anuncia (There will be blood) , vai haver sangue. De fato, muito sangue é derramado na presença de seu filho, que passa a discordar de suas práticas e rouba todo o sentido que poderia ter sua vida pessoal já decadente.

Baseado no romance "Oil!", de Upton Sinclair.Direção: Paul Thomas Anderson
Roteiro: Paul Thomas Anderson Elenco: Kevin J. O`Connor, Daniel Day-Lewis, Ciarán Hinds (Fletcher), Paul Dano (Eli Sunday), Vince Froio.
Em cartaz em Fortaleza, no UCI Iguatemi
16h45 e 19h50 - Extra: 22h55 (sex e sáb).

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Já que é pra pensar...

A música que minha querida amiga Stella colocou realmente faz a gente pensar que a qualidade das coisas tem diminuído.
Mas eu vou ser do contra e vou falar de um filme de qualidade, numa tentativa de mostrar que ainda vale a pena viver (hauhauahuahuaua).
Assisti Brokeback Mountain e ADOREI!
O filme é bom não pelos rostos bonitos e joviais, mas sim pela qualidade dos atores e pelo tema principal, que ao contrário do que muita gente pensa sem nem mesmo ver o filme, é o amor e não a sacanagem, a viadagem, a pederastia.
E mesmo se o tema principal fosse a sacanagem, ainda sim valeria a pena se tivesse o conteúdo à parte que é o amor.
Pra quem não assistiu, esse filme conta a história de dois jovens, HOMENS, que se conheceram em seu lugar de trabalho em 1963 e que descobriram algo muito maior que uma simples atração física. Descobriram o amor e descobriram que uma amizade e um sentimento tão forte quanto o que sentiam não se apaga com a distância e nem com os rumos e escolhas que fazemos quando não queremos (seja por qual motivo for) encarar algo tão complicado e tão simples que é amar alguém.
Se amar alguém que a sociedade não condena já é difícil (alguém do sexo oposto), imagine amar alguém do mesmo sexo!
Ainda há muito preconceito nos tempos de hoje. As pessoas sentem medo, nojo, estranham aquilo que não conhecem, que só tem noção...
É complicado aceitar a diferença.
Por isso mesmo é complicado aceitar a si mesmo. Somos diferentes demais uns dos outros e complexos demais pra simplesmente nos aceitar.
Mas o foco desse texto não é falar de si e sim de amor entre pessoas do mesmo sexo.
O filme tem cenas fortes e não me refiro a cenas de sexo.
Eu me refiro às cenas de silêncio e de olhares que os atores expressam como se eles realmente estivessem sentindo tudo aquilo.
É um filme simplesmente maravilhoso.
Faz com que você pense no que já fez da sua vida e no que pode fazer...

Música?

Bom, vocês colocaram músicas lindas, com interpretações riquíssimas. Eu posso ir na contramão? Heheh

Estava eu ontem ouvindo minha irmã cantar a música de abertura da nova temporada de Malhação e não pude evitar minha indignação diante de diversos pontos. Aí vão:

Paraíso Proibido / Strike

Composição: Marcelo Mancini / André Maini / Fábio Perez

(Here we go)

Agora que estou
Tendo que me esconder
Tua mãe quer me matar e teu pai me prender
Eu tenho aquele estilo que te deixa preocupada,bolada, Desleixado na bike invocada
(vejam, ele está usando o pronome “tu” pra conversar com a menina que ele gosta)

Mas não venha me dizer o que é melhor pra mim
A vida vai mostrando , sempre foi assim
Da escola fugi, na rua formei (dou desconto pela falta do “me” porque sites de letras têm sempre letras erradas)
Pronto pra te fazer com a malícia que eu herdei

E o que ela quer, que eu deixe tua filha em paz
E
o que ela quer, que você não me procure mais (esse é o ponto crítico! Ele até agora esteve falando com a menina, não é? Entendo que ele queira dizer a ela que sabe o que a mãe dela quer que ele faça: deixe ela, sua filha, em paz. No entanto, a idéia que ele passa é de que a mãe da menina quer que ele deixe a filha da menina em paz. Aí entra um terceiro elemento, uma neta da mãe que o persegue. Pior do que isso é minha irmã e sua amiga acharem que não há nada de errado nessa construção).
Eu não tenho classe, eu não sou ninguém
Eu não tenho herança que te convém
Mas eu sou quem te faz tão bem (tudo bem, meu filho. Classe e herança não importam, mas você deveria saber ser coerente dentro da sua própria língua)

Diz que eu vou te perverter e já mandou me deter
Ela sonha que você é uma ingênua criança
Mas eu te deixei esperta, atirada e mente aberta
Junta tua mesada e vem pagar minha fiança (no meu tempo isso era música brega de gigolô pra tocar em barzinho fulera. Hoje em dia é cool,né)?

Porque eu não sou aquele modelinho que você sonhou
Nem sei dirigir, eu nunca fui doutor
Diploma nem vi, status nem tem (nem tem? Vou dar desconto. Pode ser erro do site. Tomara)!
Na febre de vencer e provar quem é quem


E o teu erro foi ter proibido,
De mero plebeu pra ela
Eu me tornei um vício
E o teu erro foi ter proibido,
Escondido é bem
Melhor,
Perigoso é divertido

Não vou desistir de ter você, não vou
Faço o que eu puder fazer, se quer se perder é só
Me achar
Eu tenho a fórmula pra te relaxar (é só isso que você tem, pelo visto).
Eu não vou desistir de ter você, não vou
Faço o que eu puder fazer, agora vou descontrolar,
Vou
Perder a linha
Num paraíso proibido te aplicar (deve ser erro do site também. Não vejo sentido).


E o que ela quer, diga, me diga, me diga o que
Quiser
E o que ela quer, diga, me siga pro que der e vier
E só de te olhar já sou teu refém
Ela pensa em mim quando pensa em alguém (a mãe dela? Ô mudança repentina de interlocutor)
Porque eu sou quem te faz tão bem

Olha, agora eu tô indo embora até mais
Adoro loucura, garota vem cá
Se do nada eu bater, vai não vai,
Não fique parada, não fique de cara
Não durma na área se alivia vai
Porque eu nunca serei um bom rapaz (fiquei tonta com essa “estrofe”. Mais confusa que letra de Kelly Key).

Concluindo: Chora, Chorão! Você foi subestimado por mim, mas agora vejo o quanto as letras do Charlie Brown Jr. são boas! E são mesmo, sem comparar com isso. Porque se for comparar com Strike até a finada Sandy e Jr. tinha coisa melhor.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

A Inocência do Prazer
Cazuza

Já passou, fomos perdoados
Por todos os deuses do amor
Acabou, podemos ser claros
Como era antes, seja lá como for
Alguém tentou desesperadamente
Sentir algo decente
Sou feliz, pois já fui julgada
Daqui pra frente, tudo é meu
Então fala baixo
Fala baixo e sente
Eu vou te dar um presente
Vento novo, flores e cores
Fim do verão tropical
Novos ares, novos amores
Tudo volta ao seu estado normal
Sou feliz e trago as provas
Nos meus olhos molhados
E vejo a vida tão diferente
Eu já posso entender
A inocência do prazer
Então fala baixo
Fala baixo e sente
Eu vou te dar um presente
Já que é pra ir de música, eis aí a minha eleita...